domingo, 22 de março de 2015

Oração.

Hoje foi um dia totalmente jogado no lixo. Eu passei o dia inteiro na cama, jogada, assistindo seriados. Só levantei pra ir no banheiro e comer. Em resumo, jogado fora. 
O Mike sempre me diz pra falar sempre com Deus. Que Ele tem que ser meu tudo. Que eu devo confiar Nele e esperar, que as coisa vão se resolver. Então hoje estou aqui pedindo. 
Porque não quero mais ter esses dias, em que minha atividade principal é chorar. Porque não quero mais sentir que não sou nada. Porque não quero mais pensar, que seria melhor não existir. Porque não quero mais, não ter forças pra levantar da minha cama. Não quero mais não querer melhorar. Não quero mais, não conseguir passar coisas boas para as pessoas. Não quero mais, ser afetada por qualquer coisa que me dizem.
Eu quero ser fonte da Sua luz. Quero transmitir o seu amor, sua alegria, sua paz. Quero dar valor pra mim. Quero ser boa pra minha família, pros meus amigos. Quero encontrar um cara legal, que goste de mim e que me ajude a me sentir viva, que me faça querer continuar viva. Eu sei que isso não é a função de um namorado, mas no momento seria legal encontrar isso. Bem legal, mesmo. 
Amém. 

sábado, 14 de março de 2015

Que seja só cansaço.

Espero que seja só cansaço.
Que seja só cansaço e não o vazio que, por mais que eu tente, não consigo preencher.
Que seja só cansaço e não saudade.
Que seja só cansaço e não lembranças que me impedem de deixar novas pessoas entrarem.
Que seja só cansaço e não você aqui na minha cabeça, me lembrando que eu não sou boa o bastante.
Que seja só cansaço e não insegurança.
Que seja só cansaço e não incerteza sobre qual caminho seguir.
Que seja só cansaço e não a depressão que, não me deixa seguir em frente.
É, espero que seja só cansaço.

quinta-feira, 12 de março de 2015

O y no lugar do i.

Eu gosto de como os relacionamentos começam. Tem sempre uma excitação/mistério envolvido que fazem com que o resto da vida da gente, ganhe um ar diferente.
Com você está sendo assim. Eu lembro que a primeira vez que o vi, você estava sentado num bar, com seu ar compenetrado, bebendo um chopp. Eu o olhei e pensei "nossa, que gato!". Mas pela minha "vivência", logo concluí que você fosse gay, porque nenhum cara lindo e estiloso desse jeito ia estar sentado sozinho num bar sem conversar com nenhuma mulher. Preconceito, eu sei. Mas convenhamos, não vivo em um conto de fadas, onde os caras legais ainda estão solteiros e sentam sozinhos em bares, sem terem alguma prospecção de transa aguardando.
A segunda vez que o vi, tive aquela mesma reação espontânea da primeira vez "nossa, que gato!". Mas você estava conversando com uma menina e eu, ficando com outro cara.
De alguma forma mística,  o fim da noite acabou sendo só eu e você.  Você ficou mais porque gostou do meu papo. E eu não tinha como ir embora porque estava trabalhando, mas se tivesse a opção, não iria mesmo.
O papo fluiu como há tempos não fluía com ninguém. Durante a conversa, eu tive vontade de pular em você e o beijar algumas vezes ou mesmo de perguntar "esse momento aqui, ele é real?", mas me segurei bravamente e quando você foi embora sem me beijar e sem deixar claro, se queria alguma coisa comigo, eu fiquei pensando em quando o veria de novo.
As coisas se desenrolaram de forma tal que já nos vimos, voluntariamente, mais três vezes essa semana (e hoje ainda é quinta) e todas essas três vezes foram, por falta de palavra menos clichê, mágicas.
Você chegou em uma época, em que eu já tinha me decidido por fechar meu coração por uns 296 dias, pelo menos. Mas olha só, estou seriamente considerando uma reinauguração.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Depois de você meu coração fechou. Eu dei tudo de mim, me joguei, ajoelhei, pedi, chorei, gritei. Nada adiantou. Como lenço de papel usado você me descartou no fundo do bolso do casaco. Nem no lixo foi, pra me dar chance de virar, sei lá, papel reciclado. Não. Você me deixou no fundo do bolso do casaco à mercê das traças e do esquecimento. 
Mas de volta ao meu coração; tem gente batendo, querendo entrar. Chamando, gritando. Tocando a campainha. Batendo palmas. Passando bilhetes por baixo da porta que dizem "me deixe entrar", mas parece que o líquido sagrado que tinha aqui dentro e que fazia as coisas virarem amor, secou. 
É difícil perceber isso. É díficil acreditar e aceitar que aquela pessoa legal que você conheceu na semana passada só vai fazer diferença mesmo, na semana passada. E que essa semana, se ela não estiver mais lá, não vai fazer falta, porque você já se acostumou com as despedidas e pior, se conformou com a ideia de que não adianta querer mais. Porque o mais só existe nas comédias românticas da TV ou na vida daquela amiga da sua mãe que conheceu um gringo qualquer, se apaixonaram, casaram e estão morando juntos e felizes, 6 meses no Brasil e 6 meses na espanha.