sexta-feira, 21 de março de 2014

New beginning?

Ainda tenho alguma coisas para deixar virar só lembrança. Posso dizer que nesses últimos dias estou tentando e até conseguindo, desapegar de algumas coisas que não me fazem exatamente bem. 
O difícil é não ter recaídas. É mudar o looping do hábito e encontrar a satisfação, a recompensa, em outras coisas, outras pessoas. 
Eu não sei exatamente porque eu sou tão carente assim. E pior que isso, porque me falta tanto amor próprio. Essas últimas semanas, decidida a esquecer, a "virar a página", eu extravasei. Bebi demais, falei demais, saí demais, fiz coisas demais. Coisas que não precisava. Coisas que na hora me trazem satisfação mas depois me trazem um vazio e muitas até maior do que eu sentia antes. 
Depois de passar essa semana inteira colhendo os frutos  dos meus atos (intoxicação alimentar + garganta inflamada + ressaca moral), eu tive a oportunidade de ter uma tarde de sexta bem legal. Com uma pessoa legal, que aparentemente não quer só me comer e que me fez rir. Gargalhar. E rir um pouco mais. 
Não sei exatamente quais são meus sentimentos quanto a ele, se é que existem sentimentos, mas gostei de como ele me fez sentir hoje. E mais do que isso, gostei de quem eu fui com ele. Isto é, eu. 
Eu tenho me mascarado involuntariamente e mostrado um lado meu que não é o verdadeiro. É aquele lado que eu uso quando sei que a interação não é duradoura. Finjo ser uma pessoa "cool", desapegada de tudo, sem limites, sem restrições. Hoje não, hoje eu fui a Tiffany e não tem ninguém que eu queira ser a não ser eu mesma. 
Eu admito que ainda estou muito confusa com tudo o que está acontecendo e realmente não sei qual o próximo passo a dar. Mas talvez seja esse mesmo o ponto, ficar sem dar passo nenhum, esperar um pouquinho por um novo olá. 

terça-feira, 18 de março de 2014

Chega de saudade

Um dia eu não vou mais sentir sua falta.
Não vou mais estremecer quando vejo que você está online no facebook.
Não vou lembrar de você quando minha mãe fizer uma comida que você gosta aqui em casa. Nem mesmo quando ouvir uma música que possivelmente você gostaria. 
Um dia, eu não vou mais lembrar de você com esse carinho todo, com essa dor toda. 
Um dia você vai ser aquele cara que eu amei muito, mas que já faz parte do passado. 
Não vou mais lembrar do seu cheiro, do seu gosto,  do seu abraço, do seu beijo. Não vou nem lembrar da sua mão tocando o meu corpo ou do calor do seu corpo no meu. 
Não vou mais esperar uma ligação sua que nunca vem e muito menos querer ouvir o som da sua voz no telefone, ou no meu ouvido sussurrando "Tiffaaaa".
Não vou mais ter saudade da sua família, da sua cama e de todas as coisas que a gente fazia. Também não vou sentir vontade de ter você por perto. 
Um dia eu não vou mais sentir ciúmes e ficar de coração partido por saber que você está com alguém, pelo contrário, um dia eu vou conseguir ficar feliz por você ter alguém. 
Um dia eu realmente não vou mais sentir a sua falta. 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Marti.

Medo.
Acho que esse é o maior efeito que toda essa tragédia causou em mim.
Não sei exatamente o que a fez ligar para ele e convidá-lo para ir naquele apartamento. Talvez quisesse o conhecer melhor, talvez quisesse um pouco de carinho ou talvez quisesse apenas um prazer instantâneo.
O que eu sei é que poderia ser eu. Poderia ser uma amiga mais próxima, uma prima, uma irmã.
Quantas vezes por carência ou mesmo por vontade de conhecer gente eu sorri pra um estranho num bar, iniciei uma conversa. Quantas vezes beijei um estranho por querer carinho e até mesmo me coloquei em posições de vulnerabilidade só pra poder "aproveitar o momento", "viver".
O que me faz ter esse sentimento de medo, não é só saber que eu não tenho poder sobre quem eu vou conhecer ou me relacionar, se vai ser um psicopata, um louco, um assassino, mas sim saber que diariamente milhares de outras mulheres sofrem nas mãos dos seus maridos, namorados, irmãos, pais e até mesmo desconhecidos, que acham que tem poder sobre os corpos delas e podem fazer o que bem entendem.
Mais que isso, o que me faz ter medo é saber que a maioria desses homens saem impunes. Sofrem uma leve represália e continuam suas vidas ordinárias, enquanto isso, nós mulheres ficamos a mercê das lembranças ou desse medo transmitido pelo conhecimento das atrocidades que acontecem diariamente.
Hoje eu estava caminhando perto do meu bairro e a energia boa, a felicidade que eu sentia por caminhar a noite, eu não consegui sentir. Só o que vinha era apreensão, receio.
Eu demorei pra conquistar esse sentimento. Antigamente eu andava a noite olhando por cima dos ombros, amedrontada, justamente por pensar no que poderia me acontecer. Agora que eu tinha achado mais uma maneira de aproveitar a vida e as belezas que ela proporciona, acontece isso.
Talvez seja o universo me lembrando que eu sou frágil e que não deveria mesmo ser "tão" inconsequente assim. Mas prefiro acreditar que seja o universo me lembrando que sim, eu sou frágil e devo ter cuidado, mas que eu posso usar essa dor, esse medo e transformá-lo em luta, em força e se eu puder ajudar a evitar que apenas uma mulher sofra qualquer tipo de mal, só pelo simples fato de ser mulher, a dor e o medo que eu sinto agora podem ter sentido e objetivo.