domingo, 7 de agosto de 2011


"eu que não fumo, queria um cigarro, eu que não amo você. Envelheci, dez anos ou mais. Neste ultimo mês..."
“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”
(Caio Fernando Abreu)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Music makes the people come together.

Queria falar de música. Pensei em fazer um blog pra falar de música. Já que eu insisto em manter esse meu querido blog escondido da sociedade, pra que eu possa falar "só pra mim mesma" sobre meus sentimentos mais profundos. Mas, só de pensar na quantidade de tempo e energia que eu vou dedicar pra isso, já me bateu um peso na consciência e confesso que um pouquinho de preguiça. Então vou falar de música aqui mesmo quando der vontade. E se algum dia der na telha eu faço um outro ou divulgo esse aqui mesmo pra galera (difícil).
Mas queria começar falando do China!
Cara, simplesmente me apaixonei quando vi/ouvi esse cara cantando pela primeira vez. Estava eu em mais uma de minhas noites de insônia passeando pelos canais da minha TV quando paro na MTV e tava passando um programa chamado Grêmio Recreativo (um encontro de super feras da música brasileira que com certeza vale a pena dar uma olhada). Na ocasião, quem tava cantando era o Erasmo Carlos com o tal China. Poxa, o cara é demais. Quando digo ali em cima que me apaixonei, não tava brincando. Me apaxonei mesmo pelo cara. Ele é aquele estilo de cara que sente a música quando está cantando e você consegue ver na cara dele o quanto ele está se divertindo fazendo aquilo. Parece que nada mais importa, só aquele momento. Aí arregacei minhas maguinhas, procurei mais coisas do cara (detalhe: ele é um daqueles artistas legais que deixa tu" downlowdear" tudo de graça no próprio site). Baixei tudo que vi e agora já virou um dos meus vícios. De manhã, de tarde e de noite. China.
Seguem umas músicas dele pra tu se familiarizar. Vale a pena!
Essa foi a primeira que eu ouvi:
China e Erasmo Carlos "Se você pensa"
Essa tem um clipe super legal feito por fãs dele que enviaram video dançando a música. Se chama "Só serve pra dançar"
E se quiserem baixar os CDs e saber um pouco mais sobre o cara, o site é esse:
VALE A PENA!

Cha Cha Cha Changes - http://www.youtube.com/watch?v=UvhGvxuOREw

Eu achava que as pessoas não mudam. Que ficavam sempre do mesmo jeito não importa o que fizessem. Que teriam sempre os mesmos valores e se portariam sempre da mesma forma. Mas me observando ultimamente eu vejo como eu estava redondamente enganada.
Sabe aquela história de “viemos ao pó e ao pó retornaremos” bom, acho que podemos retornar à água, ao vinho, a areia, ou qualquer coisa diferente. É fato que as mudanças ocorrem gradualmente. É difícil acordar e de um dia pro outro se ver e realmente estar diferente.
São passinhos de formiga. As coisas vão acontecendo. A gente vai vivendo. E vai abrindo a cabeça. Vai descobrindo que o mundo é muito mais do que aquela bolha que a gente cria pra si mesmo. Vai descobrindo que só porque as pessoas fazem coisas que não são tão aceitáveis pela sociedade ortodoxa, religiosa ou o escambau a quatro, isso não as torna ruins, e muito menos merecedoras do seu desprezo.
Vivi muito tempo presa ao que eu considerava certo e hoje vejo que perdi de viver. De aproveitar, de conhecer coisas e gente. E isso me faz falta. Sinto-me presa, alienada ao mundo fantasioso que eu mesma construí. E cada vez que eu abro os olhos e realmente me enxergo percebo o quanto quero me jogar de vez nesse mundo. Ler, aprender, experimentar.
E me assusto muito, cada vez que eu penso: onde é que eu estava? O que cargas d’água eu estava fazendo que não li, não aprendi, não saí, experimentei? O que me prendia? O que me fazia me conformar com tudo o que estava a minha volta?
Até mesmo no amor eu acreditava que ia ser sempre aquela menina romântica e apaixonada, que se derrete por qualquer elogio, e chora por qualquer decepção. Que não fica com ninguém por medo de se apaixonar, de sofrer. Que não tenta.
Mas cresci. Amadureci. E hoje vejo que o amor de verdade não acontece assim de uma hora pra outra. E sim o amor conquista, o amor rompe, o amor destrói. Mas as pessoas têm que estar dispostas pra tudo isso. Porque o amor vem da cumplicidade, do respeito. E entre o amor e o desejo existe uma grande diferença que separa as relações casuais do que é realmente verdadeiro.
Vejo que mudei como mulher, como estudante, como filha, como amiga. Como ser humano. E estou feliz por isso. Mas quero mudar mais. Crescer mais. Só quero mais.