Eu me sinto amortecida. Não, acho que essa não é a palavra mais correta. O certo seria derrotada. Derrotada e vivendo um turbilhão de emoções que no fim das contas se anulam e me fazem ficar na inércia.
Parece que estou bloqueada, com vírus, quebrada. Daquele jeito que fica a TV quando o canal não está pegando direito e a imagem fica se repetindo em pedaços e subindo, subindo, subindo.
É assim que me sinto, repetindo em pedaços, chuviscando.
O passado insiste em correr atrás de mim ou sou eu que inconscientemente sigo correndo atrás do passado. E estou presa nessa bolha de lembranças. Lembranças de quando ainda existia um nós. Do quanto você me fazia feliz e também do quanto me fez triste. Lembranças de todos os steps que passaram no meu caminho esses meses e que me trataram como lixo. Me sinto descartada, rejeitada.
Estou tentando bravamente não pensar nisso. Não entrar no facebook ou até mesmo não sair pra não ter que ver a cara de toda essa gente. Ler, passear. Tirar minha mente de toda essa tristeza. Mas aí a noite chega e meu subconsciente parece que quer me destruir. Toda noite vem um sonho estranho, melancólico e irritantemente real. Mais uma confirmação de que estou sozinha e que ninguém se importa. E eu acordo assim, deprimida.
Quando o amor dos amigos e da família não é mais suficiente, quando o nosso amor pela gente parece que se esvaiu, quando os sonhos, desejos, vontades se tornam triviais, o que resta?
Quando é que eu vou ser o bastante?